Essas são as palavras proferidas pela Gércia Biza, Gestora de Conhecimento e Aprendizagem na Tindzila, durante a primeira sessão virtual do programa Conectando e Aprendendo subordinado ao tema: Soluções Locais para Desafios Globais – Histórias de Resiliência e Impacto Comunitário. A sessão envolveu os beneficiários do fundo Tindzila de 2021-2024 com destaque para às associações Liga do Bem, ADECOMOZA e Associação moçambicana de Glaucoma.
Fernando Mulungo, Coordenador do fundo Tindzila, disse, em jeito de notas de boas vindas, que o maior interesse da Tindzila em relação ao programa conectando e aprendendo centra-se na possibilidade de aprender a partir das experiências dos beneficiários e não necessariamente na transmissão de ensinamentos.
Alzira Muchanga da Associação Liga do bem, beneficiária do fundo de edição de 2022, na qualidade de um dos oradores, partilhou a sua experiência relativamente a intervenção comunitária com o enfoque para a mulher, rapariga e criança e tendo dito, passo a citar:
A criação da Associação Liga do bem ocorreu no ano de 2019 após um grupo de mulheres ter se deparado com casos de vulnerabilidade que afectava as mulheres, raparigas e crianças da zona de Katembe. Este grupo se associou de modo a que pudesse prestar algum apoio em prol do empoderamento da mulher.
Na Liga do Bem, ensinamos as mulheres o saber fazer e doptamos de ferramenta para poder produzir e garantir o auto-sustento e das suas famílias, respectivamente. Temos cursos de culinária e neste momento, há senhoras formadas pela nossa associação que fornecem refeições para as empresas. Já no curso de corte e costura, aprende-se a produzir roupa, sacolas de panos, saco de sisal, artigos de artesanato, acessórios, brincos, colares, pulseiras e mais coisas.
No ano de 2022, a Associação concorreu ao Fundo Tindzila e foi aprovada. Tratou-se do primeiro apoio financeiro que a organização recebia. A partir deste apoio, surgiu um casamento perfeito entre as duas organizações. Com a Tindzila, aprendemos de verdade o que é ser uma organização, como dirigir uma organização, como se trabalha de forma regrada, o respeito aos prazos e métodos estabelecidos, salientou, a dona Alzira.
O presidente da ADECOMOZA, também beneficiário do fundo Tindzila, edição 2023, partilhou a sua experiência e tendo dito que a associação se localiza no distrito do Ile, província de Zambézia. A mesma surgiu da necessidade da intervenção comunitária no combate à união prematura, sensibilização comunitária face às queimadas descontroladas, uso correcto das redes mosquiteiras. Graça ao apoio da Tindzila, formalizou-se a organização e já treinamos três comités, oferta do material desportivo, construção de um aviário, emponderamento do comité para desenvolver negócio tal como a criação de cabritos.
Os participantes partilharam o sentimento de alegria em relação ao trabalho realizado pela associação liga do bem e ADECOMOZA e aproveitaram o ensejo para felicitar à Tindzila pela organização do evento que permite a troca de experiências entre as organizações num contexto que as associações, sobretudo de base comunitária, enfrentam dificuldades e desafios da mobilização dos recursos para o seu funcionamento e sustentabilidade.
No final da sessão, Fernando Mulungo agradeceu aos oradores do dia pela partilha de histórias de sucesso e a forma como os projectos têm contribuído grandemente para a mitigação dos desafios globais, como as mudanças climáticas, a justiça social e o desenvolvimento sustentável. Mulungo disse ainda que a próxima sessão de conectando e aprendendo está agendada para o mês de Novembro e desde já apela a participação de todos e demais associações pois é com a partilha de conhecimento e troca de experiência que as organizações crescem tecnicamente e quiçá financeira, aspecto esse que tem sido apontado como um dos principais desafios enfrentados por muitas agremiações.